sábado, 16 de outubro de 2010

No limiar do século XXI: para onde caminha a humanidade?

Por Valter Machado da Fonseca
Na semana passada procurei analisar mais detidamente os noticiários dos jornais e da TV. Observei que mais de 50% das notícias veiculadas nesses órgãos da imprensa referem-se a crimes como estupros, roubos, assassinatos, corrupção, tráfico de entorpecentes, assassinatos, dentre outros. Percebi que grande parte dos delitos veiculados na grande mídia acontece sem quaisquer motivos, pelo menos aparentemente. Ceifam-se vidas de pessoas por motivos irrisórios e, até mesmo sem nenhuma causa aparente. Aí é importante indagar: para onde caminha a humanidade neste limiar de século XXI? Será que o ser humano está evoluindo ou involuindo (retrocedendo, regredindo)? O que move o ser humano a cometer tamanhas atrocidades?
Por outro lado, a tal “Globalização Econômica” vem aniquilando a cultura dos povos, eliminando as etnias e gerando um conjunto de populações amorfas, sem identidade cultual. Em nome da unidade planetária, eliminam-se as particularidades e singularidades do ser humano. Transformam-no em um objeto talhado e moldado por um instrumento qualquer. Da mesma forma assiste-se a mercantilização da natureza e seus recursos. Pregam uma sociedade acéfala, na qual o homem perde suas características singulares, particulares, como se todos fossem idênticos e produzidos em série. Tudo em nome da chamada “Sociedade Globalizada”. Em nome da tal globalização, invadem-se os dialetos, produzindo uma verdadeira americanização da língua, com seus hot dogs, Shopping Centers, Feed Backs, marketings, dentre inúmeros outros vocábulos estrangeiros que invadem nosso vocabulário cotidiano. É a banalização da língua! Mas, tudo se justifica em nome da tal globalização.
Voltando às mídias quentes, em especial a TV, você já cronometrou o tempo de propaganda que toma conta dos intervalos da programação? É um tal de compre isso! Compre aquilo! Vende-se isso! Liquidação total, etc., etc. . O resultado a gente vê nas ruas. Se observarmos com critério, veremos jovens com dois, três, quatro, ... dez aparelhos celulares. Veremos famílias com três, quatro, cinco automóveis, em pleno ápice do aquecimento global. Aí perguntamos: para que tudo isso? Verificamos que o homem já não tem nenhum projeto maior de vida, pois, o fetiche da sociedade do consumo leva o ser humano a se contentar e supervalorizar os bens materiais, aqueles mesmos que a TV manda a gente comprar. Então, o fetiche e a sedução do consumismo fazem com que esses bens matérias ocupem o centro de nossa existência, de nossa vida. Assim, somos capazes de matar nossos semelhantes pela posse desses bens supérfluos. É a banalização da vida, o início da sociedade da barbárie, que conduz o à exploração selvagem do homem pelo próprio homem.
Portanto, é com pesar que verificamos que a humanidade, em pleno limiar do século XXI, está trocando a ética, a honradez, a solidariedade. Trocam-se, os valores humanos, pelo supérfluo, pelo descartável, pelo irrisório e ilusório. Infelizmente, esta é a grande marca da “Globalização Econômica”, uma sociedade “altamente (des)envolvida”. Será mesmo desenvolvida ou estamos promovendo, em nome da modernidade, uma volta à idade das cavernas? O Brilhante Geógrafo, Prof. Milton Santos acreditava que outro mundo é possível, que é preciso lutar “Por uma outra globalização”. Diante de tudo que temos visto na grande mídia e nas próprias ruas, precisamos reconstruir nossas esperanças. Esperanças em um tempo que há de vir, onde o homem reconquiste sua dignidade, seus valores e uma razão que dê à vida um motivo real para continuidade da existência humana neste planeta. Caso contrário, deveremos nos preparar para a grande tempestade que se anuncia pelas nuvens negras que já estão à vista no horizonte da humanidade, neste limiar de século XXI.

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