segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eleições, educação e promessas eternas

Por Valter Machado da Fonseca
Aproxima-se mais um pleito eleitoral, no qual o povo brasileiro é chamado a eleger o presidente da república, governadores dos Estados, senadores e deputados (federais e estaduais). Como de costume, o processo que antecede às eleições, também denominado de propaganda eleitoral, é recheado de promessas. Assistem-se desde promessas sensatas e executáveis, até mentiras mirabolantes, totalmente fora do contexto e da realidade conjuntural de nossa população.
Como em todos os processos eleitorais brasileiros, o centro da disputa passa por um turbilhão de promessas em torno das áreas de saúde, moradia, educação, transportes, dentro de outros assuntos. É interessante verificar que nesta hora, todos os candidatos: desde os postulantes à presidência da nação, passando pelos governadores e senadores, até deputados, tornam-se verdadeiros especialistas nestes assuntos, tão importantes para o povo brasileiro. Lançam mão de diversos dados estatísticos para mostrarem seu “vasto” entendimento nessas relevantes questões. Todos têm propostas para resolverem definitivamente esses problemas. Mas, o que mais chama à atenção é que, assim que terminado o pleito, essas propostas praticamente somem, evaporam, esmaecem como fumaça no ar, para retornar após quatro anos no próximo pleito.
Quero aproveitar esse espaço para chamar à atenção para a educação brasileira. Causa-nos constrangimento falar do salário dos nossos professores, principalmente na Educação Básica. Esses educadores assumem uma responsabilidade gigantesca, pois toda a sociedade passa pela Educação Básica. No entanto, recebem salários aviltantes. Aqui não estou fazendo comparações nem falando de um município nem Estado em particular. Refiro-me ao conjunto dos municípios e Estados brasileiros.
Além dos péssimos salários, os docentes enfrentam uma série de problemas como: falta de material didático, salas de aula superlotadas, violência e ameaças dentro da escola, preconceitos e discriminações, problemas de consumo e tráfico de drogas no ambiente escolar, dentre inúmeros outros problemas. No entanto, as eleições vêm e vão e os mesmos problemas continuam. No ensino superior vemos inúmeros problemas que não estão tão distantes dos da Educação Básica.
Um dos grandes problemas que atingem frontalmente a educação superior refere-se aos concursos públicos. Neste último período em especial, inclusive em nossa cidade de Uberaba, nos deparamos com a tentativa de fraude escandalosa em concursos que visam à contratação de docentes para o magistério superior. Foi necessária a intervenção do Ministério Público Federal para frear as falcatruas. É preciso que o governo federal seja ele qual for que vier a assumir o Palácio do Planalto, tome medidas severas no sentido de moralização dos concursos públicos no Brasil. Neste sentido, temos propostas práticas de elaboração de documentos que comprovem as fraudes escandalosas nos concursos públicos que deverão ser entregues diretamente ao MEC e ao ministro da educação, exigindo providências que visem punir os responsáveis pelas fraudes nos concursos, além de garantir ética e transparência na gestão e no trato da coisa pública no Brasil.
Esperamos que este pleito eleitoral sirva, pelo menos, para dar início a um novo processo que tenha como norte a transparência e a ética na gestão dos recursos da população que são investidos na educação, visando a moralizar todo o processo que rege os concursos públicos no país. É preciso, urgentemente, passar a limpo a educação no Brasil.

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