sábado, 17 de abril de 2010

ENTRE O AMBIENTE E AS CIÊNCIAS HUMANAS


Foto: Prof. Valter Machado da Fonseca

Por
Valter Machado da Fonseca
Sandra Rodrigues Braga
Ao pensar na publicação desta obra, fizemos uma profunda reflexão, que vem sendo amadurecida há tempos, acerca das grandes temáticas que têm preocupado a humanidade neste início de milênio. Neste sentido, este livro nasce do esforço de tentar reunir as nossas produções mais significativas desses últimos seis anos e que estão, diretamente, relacionadas com as grandes questões levantadas pela humanidade nos tempos presentes. Dessa forma, ele não nasce do vazio, mas, sobretudo, tenta englobar o conjunto de preocupações que ocupam a centralidade conjuntural de nossos dias.
O título “ENTRE O AMBIENTE E AS CIÊNCIAS HUMANAS” surge da necessidade de observação do ambiente com a preocupação de dialogar com os diversos atores que compõem o cenário de nosso tecido social, sob a ótica das ciências humanas. Acreditamos que é possível e se faz, profundamente, necessário analisar as questões ambientais e socioespaciais, trazendo à tona os aspectos das ciências sociais. Com esta preocupação, compartilhamos a ideia de que a produção do conhecimento científico é um meio que visa atender a determinadas finalidades, ou seja, ela está a serviço de um fim. Se a ciência está a serviço de um fim, ela é carregada de interesses, portanto expressa uma determinada ideologia.
Se ela expressa uma ideologia, então, não pode ser analisada com um olhar superficial, ingênuo. Por isso, esta obra procura analisar o texto miúdo, silencioso, murmurante, o não dito [como diria Michel Foucault], as entrelinhas do que não está expresso nos signos e nas representações do discurso científico dos tempos modernos. Ao analisar as grandes temáticas dos tempos presentes, faz-se necessário uma leitura crítica dessas questões e, para isso, não existe nada mais eficiente do que a utilização da análise embasada na Geopolítica. A análise geopolítica é uma potente ferramenta, capaz de dar conta de decifrar o discurso capitalista que se tornou hegemônico na atualidade. Tal discurso abandona qualquer forma de escrúpulo, de ética ou de verdade, para atender uma finalidade absoluta e dogmática: a necessidade imperiosa da construção intensiva da mais valia, para fazer florescer o fetiche do consumo, que rega a essência do modelo capitalista de produção. Tudo vale para garantir os interesses que servem à plena reprodução e expansão do capital.
Diante disso, os textos expressos nesta obra têm em comum essa criticidade, tão necessária, para o entendimento do discurso que permeia a produção do conhecimento científico da época presente. Eles têm, em comum, a preocupação com a construção de saberes e conhecimentos que fujam da racionalidade puramente técnica, mas uma construção que busque um embasamento sob bases na racionalidade social, que tenha como norte a preocupação com a reconquista dos valores que justifiquem a essência da existência humana, de valores que se voltem para a construção de uma ciência a serviço da humanidade.
Por fim, esta obra busca dialogar com todos aqueles que se preocupam com os rumos que a humanidade deve trilhar, visando à construção de outros paradigmas que resgatem a dignidade humana. As pesquisas trabalhadas neste livro buscam contribuir com o conjunto das pessoas preocupadas com os destinos da humanidade, do planeta e com a própria continuidade da espécie humana.
Uberaba, MG, abril de 2010.
Os autores

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